Evento “Diálogos pela Equidade na Educação: contribuições da pesquisa aplicada” está com inscrições abertas

Promovido por uma parceria entre Fundação Lemann, Centro Lemann e Núcleo de Estudos Raciais (Neri) do Insper, o evento levará grandes nomes da pesquisa e do debate educacional brasileiro à sede do Insper no dia 22 de agosto, em São Paulo.

Estão abertas as inscrições para o evento “Diálogos pela Equidade na Educação: contribuições da pesquisa aplicada”, agenda criada em parceria entre Fundação Lemann, Centro Lemann e Insper com o objetivo de articular pesquisadoras(es), lideranças educacionais e especialistas para compartilhar e potencializar a inserção da equidade na agenda de pesquisa aplicada voltada à Educação Básica.

Com data marcada para o próximo dia 22 de agosto, no Insper, o encontro tem inscrições gratuitas e limitadas para pesquisadoras(es), comunicadoras(es), lideranças nacionais especialistas em educação e em equidade e investidoras(es) em pesquisa aplicada dos setores público e privado.

Diálogo

Embora as desigualdades de aprendizagem sejam um fato indiscutível, seu enfrentamento ainda necessita de mais diálogos e produção de pesquisa aplicada. Ao mesmo tempo, é necessário que lideranças políticas e educacionais estejam comprometidas com soluções para vencer esse desafio e possuam subsídios robustos para tomar decisões que tragam respostas efetivas para os problemas.

Por isso, as instituições organizadoras do evento vão proporcionar um dia de discussões e debates para refletir sobre as diferentes perspectivas que envolvem o papel da pesquisa aplicada no trabalho de quem decide os destinos da educação, para que possa ser acessada por todas(os) estudantes, sem exceção.

O primeiro painel, “Desafios para promover equidade na educação por meio da pesquisa aplicada”, terá a participação de Sonya Douglass, do Teachers College, Columbia, Martin Carnoy, de Stanford, e Michael França, do Núcleo de Estudos Raciais do Insper – Neri, com mediação de Anna Penido, diretora-executiva do Centro Lemann.

Na segunda parte da manhã, 18 pesquisadoras(es) de diferentes instituições e regiões do Brasil compartilharão resultados de pesquisas realizadas no País em três mesas simultâneas. Entre essas(es) pesquisadoras(es), equipes que receberam fomento do Centro Lemann (Chamada Aberta 2022) apresentarão seus trabalhos finais.

A mediação será das(os) consultoras(es) do Programa de Fomento, Tatiane Cosentino Rodrigues, pesquisadora da UFSCar, membro do Comitê de Especialistas do Centro Lemann e Leandro Marino, estatístico e gerente educacional da Fundação Bradesco, além de Fernando Carnaúba, professor assistente em Stanford e co-fundador do Instituto Canoa.

À tarde, no painel “Pesquisa, educação integral e desigualdades”, Daniel Duque, pesquisador do Neri/Insper e da Norwegian School of Economics, Ricardo Paes de Barros, do Insper, e Roberta Biondi, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social da FEA-RP/USP – Lepes,  abordarão a educação integral sob as lentes da equidade, a partir dos achados de suas pesquisas. A mediação será de Carolina Ilídia, gerente de educação da Fundação Lemann.

Em seguida, no painel “Parcerias para fomentar pesquisa aplicada e promover equidade: cenário e oportunidades”, Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica no MEC, Iara Rolnik, diretora de programas no Instituto Ibirapitanga, e Matheus Gato, coordenador de projetos do Afrocebrap, vão conversar com Paulo Blikstein, professor na Universidade de Columbia, onde dirige o Transformative Learning Technologies Lab, o Lemann Center for Brazilian Studies e a Iniciativa Paulo Freire.

Para encerrar as exposições do dia, José Francisco Soares, professor emérito da UFMG, Priscilla Bacalhau, pesquisadora da Escola de Economia da FGV e colunista da Folha, além de Guilherme Lichand, de Stanford, realizarão o painel “Dados e indicadores para promover equidade”. Eloya Rocha, coordenadora de equidade racial da Fundação Lemann, vai moderar a reflexão sobre a importância de dados e indicadores na redução de desigualdades e na promoção da equidade na Educação Básica.

As inscrições para participar podem ser feitas gratuitamente, por meio deste formulário: link

As vagas são restritas. Garanta já a sua!

AGENDA DO DIA

9h às 9h30 – Boas-vindas e abertura institucional 

9h30 às 10h30 – Painel “Desafios para promover equidade na educação por meio da pesquisa aplicada”

10h50 às 12h40 – Painéis “Pesquisas aplicadas em equidade na Educação Básica”

14h10 às 15h10 – Painel “Pesquisa, educação integral e desigualdades “

15h40 às 17h – Painel “Parcerias para fomentar pesquisa aplicada e promover equidade: cenário e oportunidades”

17h às 17h45 – Painel “Dados e indicadores para promover equidade”

17h45 às 18h – Encerramento

Veja a programação na íntegra.

Sobre as instituições organizadoras do evento

Fundação Lemann – organização de filantropia familiar cuja atuação está fundamentada em dois focos estratégicos: educação e lideranças. Desde o plano de longo prazo desenhado em 2021 tem compromisso transversal com a equidade, especialmente racial. Historicamente, a Fundação Lemann investe em universidades, por meio de bolsas de estudos e fomento à pesquisa, apoiando Programas e Centros dentro e fora do país, em especial para a realização de pesquisas e formação de lideranças voltadas à transformação do Brasil em uma nação mais justa e avançada para todas(os). Parte de seu plano para os avanços da educação até 2031 é ampliar a discussão e a produção de pesquisa sobre equidade na educação, fortalecendo o ecossistema e os debates para os próximos anos, com compartilhamento de aprendizados e conhecimentos.

Centro Lemannorganização independente, apartidária e global idealizada pela Fundação Lemann e inspirada pelo município de Sobral, no Ceará. Nossa razão de existir está em apoiar e motivar a formação de lideranças políticas e educacionais para que promovam Educação Básica de qualidade com equidade no Brasil e no sul global. Também fomentamos a produção de conhecimento aplicado para que as lideranças possam tomar decisões com base em dados e evidências.

Insper – instituição sem fins lucrativos dedicada ao ensino e à pesquisa cuja missão é promover a transformação do Brasil por meio da formação de líderes inovadores e pesquisa aplicada — atuando com excelência acadêmica e visão integrada das áreas de conhecimento.

Núcleo de Estudos Raciais (Neri)rede voltada para a produção e difusão de pesquisas e evidências empíricas. A partir de uma rigorosa análise dos dados, apoia o debate público de modo multitemático, buscando entender as diversas dimensões que afetam a mobilidade social do Brasil, e como as desigualdades se manifestam e se reproduzem. A missão do núcleo é contribuir para que o resultado da vida das(os) brasileiras(os) não seja um reflexo do lugar onde nasceram, da renda, da classe social, do gênero e da raça. Faz parte do Insper.

Lançada a Latam Hub, uma coalizão pelo desenvolvimento de lideranças escolares da América Latina

O Centro Lemann e a Global School Leaders lançaram, na cidade de São Paulo, nos dias 15 e 16 de julho, a Latam Hub, uma coalizão latino-americana com foco no desenvolvimento da liderança escolar na região.

A partir de um diagnóstico sobre o contexto e as organizações da sociedade civil que se destacam pelo trabalho focado em lideranças escolares, cinco instituições sediadas na Argentina, no Brasil, na Colômbia, no México e Peru foram convidadas para este primeiro encontro, em que dialogaram sobre os principais desafios, oportunidades e diferenciais das organizações e países envolvidos.

Da reunião, saiu uma primeira proposta para o lançamento da coalizão. A ideia é que seja um espaço de trocas, curadoria e geração de evidências e criação de referências de políticas públicas, tendo sempre lideranças escolares como protagonistas do processo.

“A mudança que buscamos não é somente de práticas, mas também de crenças. É uma mudança profunda, de sentimentos, de valores, que demanda tempo para que seja transformadora. Então nós saímos daqui entusiasmadas(os) com todas as possibilidades postas e ansiosas(os) pelos próximos passos”, ressaltou Anna Penido, diretora-executiva do Centro Lemann.

Participaram desse primeiro encontro, ao lado do Centro Lemann e da Global School Leaders, as instituições Educando (México), Empresarios por la Educación (Colômbia), Enseña Peru (Peru) e Varkey Foundation (Argentina).

Pesquisa com Lideranças Escolares 2023 | Perspectivas sobre Gênero –Relatório para o Brasil

Você tem em mãos a “Pesquisa com Lideranças Escolares 2023 | Perspectivas sobre Gênero – Relatório para o Brasil”. O relatório resume as percepções de gestoras(es) escolares brasileiras(os) sobre questões de gênero, formação técnica sobre o tema e os desafios para administrar o tempo, equilibrando momentos de capacitação em serviço com as demandas do dia a dia da escola.

Os dados da pesquisa envolveram 719 diretoras(es), vice-diretoras(es) e coordenadoras(es) pedagógicas(os) da rede de lideranças educacionais formada pelo Centro Lemann de Liderança para Equidade, organização responsável também pela coleta de dados referentes ao Brasil. A pesquisa integra uma base de dados maior, liderada pela Global School Leaders, desde 2020, em todo o mundo.

Dentre as questões sobre gênero, foi perguntado quais profissões seriam mais adequadas às meninas e aos meninos. Os resultados mostraram que, embora não sejam maioria, é grande o contingente de lideranças escolares que ainda enxergam como um trabalho predominantemente feminino o cuidado de crianças, apontado por 28,9% das(os) respondentes, o trabalho doméstico (26,1%) e a docência (20,6%).

Segundo o estudo, além de influenciar as expectativas profissionais das(os) estudantes, as questões relacionadas a gênero estão na base de muitos casos de abandono e evasão escolar. Dentre as principais causas, para as meninas, foram ressaltadas complicações relativas à gravidez na adolescência (23,8%), pressão para casar-se cedo (12,8%), casos de assédio sexual (10,6%) e de mutilação genital (9,6%) – situações que, muitas vezes, também configuram crimes e ilustram a perpetuação de violências de gênero.

Embora noções como essas, que limitam a trajetória das(os) estudantes, possam ser enfrentadas com programas de capacitação focados no tema, apenas 45,6% das(os) respondentes tiveram acesso a esse tipo de treinamento específico sobre gênero.

Com relação à administração do tempo, a pesquisa mostrou que a participação em formações impacta a percepção sobre o grau de dificuldade das tarefas de gestão escolar. Conforme o estudo, 86,8% das(os) respondentes fizeram alguma formação em 2023. Nesse universo, a proporção de pessoas que afirmam ter muita dificuldade com determinada tarefa do cotidiano da escola é sempre inferior àquela observada entre as que não contaram com formação recente.

Confira estes e outros resultados da pesquisa, clicando aqui para acessar o relatório na íntegra.

Centro Lemann e Instituto Itaúsa discutem soluções em diálogo entre clima, educação e equidade

“Se nossas crianças não se reconhecem enquanto seres da terra, seres da natureza, antes de seres humanos, nós não vamos nos reconhecer enquanto parte do problema climático e não vamos conseguir superá-lo”, discursou Thiago Karai Djekupe, liderança da Terra Indígena Jaraguá Pyguae e ativista das questões climáticas.

Thiago fez essa provocação a uma plateia de cerca de 50 lideranças de organizações que contribuem com a educação brasileira, na última sexta-feira, dia 19 de abril. O evento não celebrava exatamente o Dia dos Povos Indígenas, mas era como se fosse. A liderança encerraria sua fala de abertura com outra provocação à civilização não-indígena. “Nossa educação sempre busca pela evolução, nunca é voltada para o ser e sentir”.

Tocada pela fala de seu convidado, Anna Penido, diretora-executiva do Centro Lemann, e uma das anfitriãs do evento, aceitou a provocação e perguntou à plateia: “Nós não precisamos, nos currículos, ter esse tipo de sabedoria? Integrar esses conhecimentos sobre clima e território à educação para poder avançar?”.

As perguntas de Anna, mediadora da conversa, aqueceu a plateia e os demais convidados do “Diálogo Clima, Educação e Equidade”, um esforço do Centro Lemann em parceria com o Instituto Itaúsa para que lideranças educacionais do terceiro setor pudessem refletir sobre crise climática, seus efeitos nas desigualdades e como a escola pode e deve interagir e colaborar para enfrentar esse desafio.

Responsável por abrir a conversa, Neca Setubal, conselheira do Instituto Itaúsa, celebrou e justificou aquele diálogo aberto. “Nós estamos neste auditório porque estamos conscientes de que o clima precisa entrar na escola de forma orgânica e aberta para a comunidade”.

O Instituto Itaúsa atua pelo desenvolvimento sustentável do Brasil e, como especialista do tema, coube ao seu head de sustentabilidade, Marcelo Furtado, traçar um panorama das questões climáticas para os especialistas presentes.

Primeiro, o ambientalista falou de três crises simultâneas – clima, natureza e pessoas – para dizer como isso afeta a educação de maneira direta e implacável. “Em um mundo que deverá completar, neste ano, o aquecimento do planeta em 1,5 graus anunciado no Acordo de Paris (2015), esse não é um problema trivial. Com a crise do clima, falta água, falta comida, e as prioridades simplesmente mudam: as pessoas deixam de mandar as crianças à escola”, alertou.

Furtado apontou para soluções possíveis no horizonte. “Nossa oportunidade está em três transições: uso consciente da água, uma agricultura de baixo carbono e, terceiro, uma mudança nos nossos padrões de emissão”.

A interface com a educação

Na última parte do Diálogo, os três convidados foram provocados a apontar caminhos para que a educação integre esse debate e ajude a encontrar soluções. “O que a gente não pode fazer é tratar as questões trazidas aqui como temáticas de meio ambiente. Essa conversa é sobre sociedade, é pauta econômica e educacional. Nós precisamos sair do nicho e tratar o clima e a educação como temas transversais de toda a agenda”, defendeu Furtado.

Em um discurso emocionante, Thiago relembrou seus ancestrais e defendeu a integração da escola aos territórios indígenas como forma de trazer os estudantes para perto dos povos tradicionais brasileiros. “Tem muita gente que não sabe que em São Paulo, aqui perto da gente, tem uma terra indígena. É necessário que as escolas criem uma rotina de visitas a esses territórios, criar um sistema de diálogo que possa quebrar o racismo e o preconceito desde a escola”, finalizou.

Políticas Educacionais com Equidade

Elaborado pelo Centro Lemann com o apoio da Porticus, “Políticas educacionais com equidade” traz subsídios e recomendações às lideranças educacionais para o desenho e implementação de políticas que promovam a equidade nas redes e escolas.

Isso significa pensar em estratégias e ações que acolham, reconheçam e valorizem características e contextos de cada estudante, especialmente aquelas(es) de grupos minorizados, impactadas(os) pelos marcadores de desigualdade educacional – raça ou cor, gênero, território, nível socioeconômico e deficiência. Iniciativas que envolvam toda a comunidade escolar, estudantes e suas famílias, formuladoras(es) de políticas e gestoras(es), dentre outros.

O documento evidencia os principais obstáculos que impedem o acesso equitativo à educação de qualidade com equidade e as condições necessárias que viabilizam a frequência à escola e o desenvolvimento integral para todas(os).

Também ressalta que a equidade nas políticas educacionais precisa ser contemplada em três níveis: insumos (condições institucionais); processos (estratégias, escolhas metodológicas e abordagens plurais); e resultados (indicadores que mostrem a efetividade da política para cada grupo de beneficiárias/os).

A partir desse olhar amplo e diverso, a publicação elenca cinco passos para a elaboração de políticas educacionais com equidade: 1. Identificação do problema; 2. Formulação da política; 3.Implementação; 4. Avaliação; 5. Tomada de decisão.

No entanto, para que a política seja eficiente, ela precisa contemplar nove elementos da equidade na educação: informação, participação, intencionalidade, intersetorialidade, lei e normativas, financiamento, responsabilização, gestão para a equidade e qualidade do atendimento. Todos detalhados no documento, que também traz materiais e referências para ampliar reflexões e análises sobre o tema.

“Políticas educacionais com equidade” é uma das contribuições do Centro Lemann para fortalecer a capacidade e o entendimento das lideranças educacionais sobre o seu papel na construção de uma educação que inclua e desenvolva cada estudante, para que toda a sociedade brasileira possa prosperar.

Clique em: Politicas Educacionais com Equidade_2024 e confira o documento na íntegra.

Políticas e programas internacionais que promovem a equidade na educação

O estudo, lançado pelo Centro Lemann, Fundação Lemann e Black Education Research Center – BERC oferece subsídios para o desenho de políticas públicas e ações que possam enfrentar a desigualdade educacional provocada pelo racismo.

A pesquisa, produzida por Sonya Douglass e Brett Grant, pesquisadores da Universidade Columbia (EUA), aborda as principais características e implementação de políticas e programas que promovem a equidade racial na educação, sobretudo dos Estados Unidos. Esmiuça o contexto de negras e negros na América Latina e no Brasil, ressaltando o impacto do mito da democracia racial nas escolas brasileiras. 

Os autores acreditam ser fundamental o envolvimento da liderança educacional e a inclusão de comunidades não brancas em todos os processos de tomada de decisão para mitigar os efeitos negativos do racismo estrutural nas redes de ensino e escolas. O estudo também traz orientações, ferramentas, metodologias, estratégias e boas práticas para subsidiar as lideranças nessa missão. 

Faça download do estudo em: Políticas-e-programas-internacionais-que-promovem-a-equidade-na-educacao_2023

Guia para realizar um bom diagnóstico de equidade racial

 

Publicação realizada pela parceria entre Centro Lemann, Fundação Lemann e Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) oferece um passo a passo para identificar as desigualdades raciais em redes de educação e escolas.

Para ter dados e evidências sobre a situação das escolas da sua rede de educação é essencial realizar um diagnóstico local. O guia, elaborado por Ernesto M. Faria e Lecticia Maggi, do Iede, explica como coletar dados, aplicar questionários, cruzar dados públicos com os locais, comunicar os resultados e transformá-los em indicadores para monitorar os desafios encontrados. Também apresenta práticas bem-sucedidas de redes que implementaram diagnósticos e criaram soluções para enfrentar a desigualdade racial em suas escolas.

O guia foi elaborado com a contribuição de docentes, diretoras(es) escolares, pesquisadoras(es), profissionais do terceiro setor, técnicas(os) e gestoras(es) de secretarias de educação. É uma ferramenta prática para lideranças educacionais darem um passo à frente na construção de uma educação antirracista.

Faça download em: Guia-para-realizar-um-bom-diagnóstico-de-equidade-racial_2023

Programa South-South completa um ano de atuação e celebra avanços na educação do Paquistão e Quênia

Os depoimentos de alguns dos 60 participantes do Programa South-South indicam que o trabalho realizado no sul global alcançou significativos avanços. As altas lideranças do Quênia e do Paquistão têm engajado diferentes organizações para criar coalizões e estruturar programas e iniciativas capazes de gerar uma ampla reforma nos sistemas educacionais de seus países.

Um dos marcos dessa ampla mobilização foi a viagem das lideranças a Sobral, em 2022, com o objetivo de dialogar com gestores locais e conhecer as políticas públicas de educação do município, que embasaram soluções efetivas para problemas comuns também a esses países: o analfabetismo e a distorção idade-série nos primeiros anos do Ensino Fundamental.

A imersão em Sobral fez parte de uma ampla formação para desenvolver conhecimentos, articular redes e criar comunidades de prática entre nações do sul global com o propósito de superar desafios educacionais locais.

O programa apoia as lideranças na expansão de suas capacidades em promover coalizões intersetoriais que impulsionem reformas educacionais sistêmicas. Também fomenta a articulação de uma rede entre nações do sul do planeta para gerar impacto positivo em relação à crise global de aprendizagem. 

A primeira edição do Programa South-South foi realizada pelo Centro Lemann em parceria com estas organizações: Ministério de Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido (FCDO), Education Development Trust (EDT), Fundação Lemann, Lemann Foundation Programme for the Public Sector – Blavatnik School of Government/Universidade de Oxford, Zizi Afrique e Idara-e-taleem-o-Aagahi (ITA) e PAL Network.

“Mapeamento de estudos nacionais sobre desigualdades educacionais” aponta escassez de pesquisas que indiquem caminhos para uma educação pública de qualidade com equidade

Estudo realizado em parceria com o D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação e apoio da Porticus sugere oportunidades para novas pesquisas que preencham as lacunas identificadas na análise.

Conduzida pelas pesquisadoras Priscilla Tavares, professora da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EESP/FGV), e Lara Simielli, integrante do Conselho Científico do D3e e professora do Departamento de Gestão Pública na Fundação Getulio Vargas (EAESP/FGV), a pesquisa revelou que o Brasil ainda carece de referências capazes de  propor soluções para políticas públicas educacionais voltadas ao enfrentamento das desigualdades e à promoção de uma Educação Básica de qualidade com equidade.

O mapeamento localizou e avaliou 117 estudos sobre desigualdades educacionais produzidos no País, nos últimos dez anos, com base em três categorias: insumos, processos e resultados. A análise partiu de cinco marcadores de desigualdades educacionais (gênero, raça, nível socioeconômico, localidade e deficiência), trabalhados pelo Centro Lemann nas formações com lideranças educacionais. O resultado mostrou que a maior parte dos estudos aborda as diferenças no acesso a insumos, obtenção de resultados observados entre estudantes em cada marcador (meninas versus meninos; brancos versus negros, por exemplo) – que se configuram como as desigualdades mais estudadas.

O levantamento concluiu que as lacunas identificadas são potenciais oportunidades para futuras pesquisas que foquem nas categorias insumos para além da infraestrutura básica, na categoria processos nas dimensões raça, nível socioeconômico e localidade, e ampliação da gama de comparações de gênero, raça e deficiência e no conhecimento sobre Educação Infantil e Ensino Médio, aprofundando abordagens metodológicas mais robustas.

Para  conhecer o mapeamento, acesse a plataforma “Estudos sobre desigualdades educacionais”, com mapas e infográficos detalhados da análise. https://estudosdesigualdadeseducacionais.centrolemann.org.br/

Centro Lemann está entre iniciativas destacadas por pesquisa internacional sobre ecossistemas de aprendizagem no sul global

A pesquisa Exploring local learning ecosystems in the global south: pathways to thriving for every child (Explorando ecossistemas locais de aprendizagem no sul global: caminhos para o êxito de cada criança, em tradução livre) realizada pela Learning Planet Alliance, em parceria com Dream a Dream e Global Education Leaders Partnership (GELP), é o resultado de uma extensa análise de mais de cem projetos educacionais na América Latina, África e Ásia. Dessa imersão, foram selecionadas 11 iniciativas, de nove países, cujas características exemplificam o poder transformador dos ecossistemas de aprendizagem.

O Centro Lemann está entre as ações selecionadas e integra um grupo de quatro iniciativas da América Latina. O destaque coube ao nosso Programa de Formação de Lideranças Educacionais, que busca desenvolver o compromisso e a capacidade de secretárias(os) de educação, equipes técnicas das secretarias e gestoras(es) escolares, para que possam promover educação de qualidade com equidade em suas redes e escolas.

As(os) pesquisadoras(es) realizaram entrevistas com gestoras(es), profissionais e beneficiárias(os) de cada ação para sistematizar modelos que possam inspirar políticas educacionais em contextos que não se identificam com as práticas do norte global. Desta forma, pretende-se criar um futuro em que os ecossistemas de aprendizagem prosperem e impulsionem a transformação educacional em escala mundial. Clique aqui e faça o download da pesquisa. Você também pode clicar aqui para assistir ao vídeo em que Anna Penido, nossa diretora-executiva, compartilha os objetivos do Programa de Formação de Lideranças Educacionais (em inglês).