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Desenvolvendo lideranças escolares efetivas: Que tipo de aprendizagem importa?

Tradução do relatório do Learning Policy Institute, este documento traz dados e evidências sobre a relação das formações e experiências das lideranças escolares com resultados positivos na aprendizagem, com base na revisão da literatura de pesquisas, desde o ano 2000.

Também indica quais políticas públicas de educação impulsionam programas de alta qualidade e de que forma se dá o acesso dos estudantes a esses programas, no contexto norte-americano. Por fim, o documento apresenta opções metodológicas de pesquisa, destacando a utilização de métodos mistos para se chegar aos resultados.

A disponibilização deste relatório e seu suplemento técnico, para os falantes de língua portuguesa, tem como objetivo incidir sobre os estudos e as iniciativas de formação de lideranças escolares e ampliar a contribuição desses profissionais para elevar os níveis de qualidade e equidade na educação brasileira.

Acesse aqui a pesquisa na íntegra!

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Viagem ao norte: Centro Lemann visita os municípios de Maués (AM), Breves (PA) e Bagre (PA)

O Programa de Lideranças Educacionais do Centro Lemann possui abrangência nacional. Atuamos em 56 municípios das cinco regiões do país. Em 49 deles, oferecemos formação com duração de 2 anos letivos e carga horária de 360 horas. Nos outros sete, apoiamos os processos de seleção e recrutamento de gestores escolares.

Para que as nossas ações sejam relevantes e efetivas, torna-se fundamental interagirmos com a realidade local, experienciando o cotidiano das lideranças educacionais, tendo contato com os desafios que enfrentam e acompanhando o impacto do nosso programa em suas práticas e resultados.

Foi com esta intenção que Anna Penido, nossa diretora executiva, Rogers Mendes, gestor do Programa de Formação de Lideranças Educacionais, e Veveu Arruda, membro do nosso Conselho Consultivo, percorreram três municípios: Maués (AM), Breves e Bagre (PA). As localidades integram o grupo de 12 redes e 289 gestores da região Norte que participam da nossa iniciativa. 

No artigo a seguir, “Em Busca do Norte”, Anna Penido conta sobre como foi impactada pela visita. Quer saber mais? Leia o texto abaixo.

Em Busca do Norte

por Anna Penido

Insignificância e ignorância. Fui abalroada por esses dois sentimentos enquanto adentrava o interior da região amazônica. Sobrevoar aquela imensidão de rios e florestas fez com que eu me desse conta da minha pequenez diante de tamanha exuberância. Interagir com a população e a realidade local me permitiu perceber que não sabemos quase nada sobre aquela parte do país, não entendemos coisa alguma do que se passa por lá e contribuímos menos ainda para mitigar as muitas adversidades que a ameaçam.

Ao longo de cinco dias, visitei três municípios dos estados do Amazonas e Pará que participam do nosso Programa de Formação de Lideranças Educacionais. Compartilhei a aventura com os colegas Rogers Mendes e Veveu Arruda, respectivamente gestor e conselheiro do Centro Lemann. Nosso intuito era compreender como as nossas ações estavam chegando nas redes municipais de educação de Maués (AM), Breves (PA) e Bagre (PA) e o que fazer para torná-las mais atraentes e relevantes para secretárias(os), técnicas(os) que acompanham as escolas e diretoras(es) escolares daquelas localidades. Tenho esperança de que a nossa viagem provoque impactos positivos no desenvolvimento desses gestores, mas a única certeza que carrego comigo é a de que fui a pessoa mais impactada por essa experiência.

A bordo de aviões grandes e pequenos, lanchas, barcos e navios, pude constatar que, na região norte, as ruas e estradas são mesmo os rios, e as distâncias são medidas por tempo e não por quilometragem. As escolas públicas localizadas na sede dos municípios são maiores e mais bem equipadas, mas a maioria das unidades escolares está espalhada por dezenas de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, localizadas a até 14 horas de deslocamento fluvial. Muitas salas de aula são multisseriadas, e um ou dois professores dão conta de toda a organização escolar, da merenda às atividades pedagógicas, passando pela articulação com as famílias. As escolas indígenas são bilíngues e têm ainda o desafio de trabalhar com idioma, currículo e calendário adaptados à cultura e realidade do seu povo, com participação ativa do cacique em todas essas definições.

O maior entrave para a participação das lideranças educacionais no nosso programa é a instabilidade do acesso à internet. Em dias de chuva, nem os celulares funcionam. A interrupção constante do sinal desanima aqueles que não conseguem acompanhar as atividades on-line. Sugerimos que os prefeitos equipem espaços de formação com computadores potentes e a melhor internet disponível no município, para que os gestores possam não apenas ter acesso à tecnologia, mas ainda dispor de tempo e tranquilidade para usufruir ao máximo das atividades e conteúdos que elaboramos com tanto cuidado. Ainda assim, a solução definitiva só virá se o governo federal pressionar e oferecer contrapartidas às empresas de telecomunicações para que forneçam melhor conectividade nas áreas mais remotas do país.

Também nos preocupamos em checar se as referências e os materiais que utilizamos fazem sentido para as lideranças da região. Foi revoltante perceber o quanto as políticas nacionais desconsideram as especificidades amazônicas e criam regras, condições e protocolos impossíveis de serem implementados naquele contexto tão particular. Da nossa parte, queremos assegurar que o nosso programa faça com que os gestores educacionais desses municípios se sintam menos isolados e verdadeiramente incluídos na nossa formação.

Acreditamos que essas lideranças têm papel fundamental na garantia de uma educação pública de qualidade para cada estudante, mas sabemos que precisam muito de formação e apoio para dar conta dos seus desafios. Nas nossas visitas às escolas locais, não tive a oportunidade de ver um único estudante em atividade pedagógica. Alguns estavam em horário de intervalo, outros em feriado facultativo e ainda tinham aqueles que estavam com aulas suspensas porque não havia combustível no município para abastecer os barcos que fazem o transporte escolar. Isso tudo após dois anos de escolas fechadas por conta da pandemia, com pouco ou nenhum acesso dos alunos a materiais físicos ou atividades remotas.

Despida do meu verniz urbano, percebi que, ao longo da nossa viagem, meu organismo começou a pulsar cada vez mais no ritmo da floresta. Meus sentidos ficaram mais apurados e meus instintos foram se sobrepondo ao pragmatismo que me ajuda a sobreviver na selva de pedra. Enquanto sentia o vento agitar os meus cabelos e a água dos rios respingar na minha face, observava a minha indignação crescer frente às injustiças que impedem tantas pessoas no nosso país de ter seus direitos essenciais assegurados.

No último dia da nossa excursão, em uma roda de conversa com lideranças de Bagre, meu coração se animou ao ouvir relatos de que a formação do Centro Lemann tem gerado transformações pessoais profundas e um olhar mais sensível para a questão da equidade. Um dos técnicos nos contou sobre a sua decisão de finalmente matricular o filho autista em uma escola da rede, e a diretora que o recebeu afirmou seu compromisso de garantir que a sua unidade escolar seja cada vez mais inclusiva. Provocada pelo nosso programa, a rede encontrou alternativas para transportar os estudantes de áreas mais remotas no período em que os igarapés secam, e há novas estratégias pedagógicas sendo pensadas para esse momento de recomposição de aprendizagens. As mudanças de visão e de prática ainda são iniciais, mas renovam o nosso oxigênio e a nossa capacidade de acreditar que a Amazônia é mesmo o pulmão do mundo.

Confira na galeria abaixo imagens dessa jornada.






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Acontece durante o mês de junho o primeiro encontro presencial do Programa de Formação de Lideranças Educacionais do Centro Lemann

Depois de uma série de encontros virtuais, os participantes do Programa de Lideranças Educacionais do Centro Lemann têm a oportunidade de trocar experiências presencialmente, mergulhar de maneira ainda mais profunda em um processo de transformação, fortalecer vínculos e sonhar coletivamente. 

Os encontros acontecem até o final do mês de junho de 2022, em nove polos espalhados pelas cinco regiões do país, e reúnem cerca de 2.000 pessoas. Além de Caruaru (PE), onde iniciaram os encontros,  acontecem formações em Sobral (CE), Mata de São João (BA), Goiânia (GO), Belém (PA), Maués (AM), São Paulo (SP), Ponta Grossa (PR) e Joinville (SC). 

O primeiro encontro presencial marca o início do Módulo 2 da formação, focado em Liderança para Equidade. As(os) participantes serão convidados a refletirem sobre o seu projeto de vida e se conectar ao propósito de promover educação com equidade; ampliar seus conhecimentos e consciência sobre como aprimorar sua atuação enquanto líderes para promover maior nível de equidade em suas redes e escolas, e a expandir sua capacidade de desenvolver e utilizar suas competências para mobilizar pessoas, tomar decisões e resolver desafios complexos relacionados às desigualdades educacionais, de forma compartilhada. 

O encontro tem dois dias de duração. A programação inclui momentos de mergulho interior, com foco na trajetória e projeto de vida das(os) participantes, permitindo reflexões voltadas para a transformação pessoal, mas é marcada também por muitas trocas, reflexões coletivas e exercícios práticos de priorização, co-criação de soluções e prototipação a partir de problemas reais, enfrentados pelas redes e escolas.

Rogers Mendes destaca: “O programa de formação proporciona a constante autorreflexão e desenvolvimento por meio da análise de teorias, trocas de experiências e perspectivas entre os participantes. O momento presencial, nesse sentido, potencializa esse processo por meio de interações mais intensas e produtivas no calor do contato mais afetivo”.

Confira abaixo fotos dos encontros:

Programa Lideranças pela Educação – RS dá início à jornada de formação de prefeitas(os) e secretárias(os) gaúchas(os)

“Lideranças que transformam e se transformam com a educação” foi o mote do lançamento do programa Lideranças pela Educação – Rio Grande do Sul, nos dias 13 e 14 de maio. 

O encontro deu início a uma jornada formativa de lideranças políticas e educacionais pelo avanço da educação em 10 municípios gaúchos que sofreram forte impacto com as enchentes de abril de 2024.

Na cidade de Guaíba, reunimos 36 pessoas, entre prefeitas(os) e secretárias(os) de educação, e representantes de institutos e fundações interessadas(os) em conhecer melhor a realidade da educação gaúcha e os propósitos do programa.

No primeiro dia do encontro, as(os) lideranças realizaram uma caminhada pedagógica pela Escola Municipal Santa Rita de Cássia, com roda de conversa envolvendo estudantes e docentes. Mais tarde, refletiram sobre os legados que podem construir na educação durante suas gestões.

No segundo dia, o encontro contou painel mediado por nossa diretora-executiva Anna Penido, que trouxe reflexões sobre três temas centrais para a educação pública: aprendizagem com equidade e recomposição das aprendizagens, com Maria Tereza Paschoal, ex-secretária municipal de educação de Londrina (PR); resiliência emocional, com Carolina Campos, diretora-executiva do Vozes da Educação; e resiliência climática e ambiental, com Isabela Julio, representante da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. 

As(os) participantes também analisaram os dados educacionais de seus municípios e pensaram em soluções para enfrentar diferentes desafios, além de assumir, pessoal e publicamente, o papel de embaixadoras(es) da educação, priorizando o tema em seus mandatos.

O encontro presencial faz parte de uma gama de ações que apoiarão lideranças políticas e educacionais a fim de que possam empreender as transformações necessárias, garantindo educação de qualidade com equidade a cada estudante de seus municípios.  Integram esta iniciativa as cidades: Cachoeirinha, Canoas, Caxias do Sul, Eldorado do Sul, Encantado, Gravataí, Guaíba, Passo Fundo, São Jerônimo e Sapucaí do Sul.

O programa Lideranças pela Educação – Rio Grande do Sul é uma realização do Centro Lemann, em parceria com B3 Social, Instituto Ultra e apoio de Sicred, ONG União/BR e ATITUS Educação. Além disso, a iniciativa conta com parceria da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul.

Série Lições de Sobral apoia lideranças políticas e educacionais nas transformações de suas redes de educação

“Lições de Sobral: descubra como as políticas públicas revolucionaram a educação local” é a série de quatro vídeos realizada pelo Centro Lemann e parceiros do Programa South-South, integrando a estratégia de transformação dos sistemas de educação do Brasil e de países e regiões do Sul Global.

A série sistematiza as políticas públicas que embasaram os altos resultados da rede de educação do município cearense para garantir a alfabetização de todas as crianças na idade certa.

O primeiro episódio, “Liderança escolar para o fortalecimento da gestão pedagógica”,  conta como o município seleciona, apoia e desenvolve gestoras(es) escolares para que sejam lideranças ativas na garantia do aprendizado de todas(os) estudantes.

“Acesso e permanência” é o tema do segundo capítulo, que explora estratégias de monitoramento da frequência, engajamento das famílias e das(os) estudantes, atividades extracurriculares e proteção social.

No terceiro vídeo, “Avaliação, gestão de metas e resultados”, lideranças locais explicam como os resultados das avaliações direcionam o trabalho da gestão escolar, das(os) docentes e a participação das famílias e das(os) estudantes para a melhoria da aprendizagem.

O episódio 4, “Materiais didáticos e formação docente”, traz depoimentos de lideranças, professora e gestora sobralenses. A narrativa explica o processo que define os materiais didáticos e complementares usados pelas(os) docentes e pelas(os) estudantes e como a formação continuada acontece, dando subsídios para que professoras(es) possam exercer sua missão com segurança, orientação e liberdade. 

Confira a série completa, clicando aqui.

Centro Lemann lança relatório Brasil em documento da Unesco sobre a educação latinoamericana

Lideranças educacionais protagonistas de práticas em que se compartilham responsabilidades e atribuições, promovendo um ambiente colaborativo que engaja toda comunidade escolar, são conhecidas como lideranças distribuídas.

Esse e outros conceitos compõem o Relatório de Monitoramento Global da Educação 2025: Liderança Distribuída na América Latina, lançado pela Unesco e pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), em Bogotá (Colômbia).

O Centro Lemann desenvolveu a pesquisa no Brasil, em parceria com Filomena Siqueira (coordenadora), Gabriel Santana Machado e Karoline Oliveira. As(os) pesquisadoras(es) analisaram casos de diretoras(es) da rede municipal de Joinville(SC) e das redes estaduais do Piauí e Mato Grosso do Sul.

A publicação se aprofunda na discussão teórica e produz dados empíricos para compreender como a liderança distribuída se manifesta no Brasil e em que medida se relaciona com conceitos relevantes, como a gestão democrática.

O documento é resultado de um questionário respondido por 233 lideranças escolares, dos três estudos de caso, do levantamento da literatura e dos marcos legais vigentes no Brasil. Ele integra a edição regional que tem como objetivo reforçar a importância do empoderamento e da democracia exercidos pelas lideranças escolares da região, partindo de diferentes fontes de dados dos ministérios da educação de seis países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e Honduras).

Acesse aqui os relatórios:

Brasil https://drive.google.com/file/d/1TscNJ6Poxvgxy1ZjApC04HsZg-d0sPe_/view?usp=sharing 

América Latina

https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000393491

Diretoras(es) ganham reforço para seu trabalho de gestão escolar

Está disponível a todas(os) as(os) gestoras(es) de escolas a plataforma Gestão Educacional na Prática”, um site interativo e colaborativo, construído pelo Centro Lemann com o apoio de lideranças escolares – a maioria egressa da nossa Formação de Lideranças Educacionais.

As 20 práticas que compõem o site foram desenhadas e implementadas em diferentes escolas brasileiras com base nos aprendizados dessa jornada, para traçar soluções aos desafios da aprendizagem.

A plataforma tem como objetivo criar conexões que possibilitem trocas de experiências para enfrentar as “dores” do dia a dia no chão da escola. Também está aberta a novas práticas para ampliar o escopo de iniciativas bem-sucedidas de diretoras(es).

As(os) gestoras(es) terão acesso a uma linguagem objetiva, tabelas e infográficos explicativos, divididos em três temas: acesso; aprendizagem e desenvolvimento integral; e permanência e clima escolar. Outra forma de navegar é por meio dos desafios da gestão, como: alfabetização na idade certa, formação continuada de docentes, infrequência escolar, recomposição da aprendizagem, entre outros.

Conheça a plataforma, inspire-se, compartilhe com suas(seus) colegas e contribua com novas soluções para que cada estudante possa acessar educação de qualidade com equidade e ter sucesso em sua trajetória escolar.

Resultados de avaliação apontam como a Formação de Lideranças Educacionais do Centro Lemann transformou o cotidiano de redes e escolas

Com o objetivo de conhecer o impacto de nossa formação na atuação das lideranças educacionais, contratamos a consultoria Arandu para realizar uma avaliação com participantes egressos da Turma 2022-2023, envolvendo 42 municípios.

Foram utilizados métodos mistos, combinando abordagens quantitativas e qualitativas, que apontaram um resultado geral animador: a Formação foi considerada extremamente aderente às necessidades das(os) participantes, gestoras(es) de redes de ensino e escolas públicas. A avaliação também indicou desafios e aprendizados para melhorar nossos programas e nossas práticas.

Outro achado é que conhecimentos e práticas acessados pelas lideranças, durante essa jornada trouxeram mudanças significativas na maneira como compreendiam suas funções e organizavam seu dia a dia, integrando gestão pedagógica e gestão administrativa.

O estudo também indicou melhor compreensão sobre a importância de uma atuação mais inclusiva e participativa em busca da equidade e qualidade na aprendizagem. Uma parte das(os) respondentes afirmaram já conseguir perceber resultados positivos na qualidade do aprendizado, do acesso e da permanência das(os) estudantes, o maior propósito de nossa formação.

Clique aqui e confira a íntegra do sumário executivo da pesquisa, que definiu indicadores e base de dados inicial para uma futura comparação entre os municípios participantes e não participantes da Formação de Lideranças Educacionais do Centro Lemann.

> English version here.

Centro Lemann e Secretaria da Educação de Sobral lançam 3º episódio da série Lições de Sobral

“Avaliação, gestão de metas e resultados” é o tema do terceiro episódio da webserie sobre como o município cearense empreendeu uma revolução educacional que é referência dentro e fora do País.

No terceiro episódio da série “Lições de Sobral: descubra como as políticas públicas revolucionaram a educação local”, Herbet Lima, secretário de educação do município, compartilha os tipos de avaliação utilizados pela rede e ressalta a importância dos resultados, que direcionam o trabalho da secretaria de educação e das escolas.

“Por meio da avaliação é que vou retroalimentar a formação continuada dos professores. Então se eu consigo identificar que existe uma habilidade que não está sendo desenvolvida pelos meus alunos, eu preciso reforçar a capacitação e a qualificação do professor”, explica.

Outra participante do vídeo, a diretora Fabiana Torquato Braga, explica como os próprios resultados auxiliam na elaboração de metas. “A gente conversa com os professores e projeta metas que devem ser analisadas e refletidas para que sejam alcançáveis”, conta.

As metas e as estratégias para melhorar a aprendizagem na escola são compartilhadas com as famílias e as(os) estudantes, que sabem onde estão e aonde precisam chegar. “A partir do resultado anterior que o aluno teve na avaliação, a gente chama cada um, reflete e analisa a próxima meta que ele tem que atingir. Então ele está na escola todo dia com o objetivo de conquistar aquela meta”, explica a diretora.

Realizados pelo nosso Programa South-South, e em parceria com a Secretaria de Educação de Sobral (CE), os vídeos fazem parte da estratégia do Centro Lemann de apoio à transformação dos sistemas de educação de países e regiões do Sul Global.

Clique aqui e assista aos episódios.

Série “Jornada da Equidade na educação” apoia a estruturação e integração de áreas estratégicas das secretarias de educação

Publicação do Centro Lemann, a série é composta por quatro protocolos com caminhos  formativos e subsídios práticos para as secretarias de educação fortalecerem e integrar quatro áreas estratégicas  de sua atuação, apoiando a gestão das escolas e as equipes docentes a garantirem a aprendizagem de qualidade com equidade. A elaboração dos conteúdos contou com a Futurar como parceira executora e a Roda Educativa como parceira técnica.

A coleção foi construída em um processo colaborativo de escuta de especialistas, da leitura de materiais e publicações do tema,  do diálogo com gestoras(es) de municípios, além da experiência do Centro Lemann na formação de lideranças educacionais em todo o País. Conheça cada publicação:

Guia da Jornada da Equidade na Educação Práticas para uma gestão transformadora nas redes de educação – traz conceitos-chave, diretrizes e orientações gerais para percorrer cada série e integrar e promover mais colaboração entre as quatro áreas estratégicas das secretarias de educação. Também disponibiliza  uma Matriz de Práticas com Foco em Equidade para inspirar redes e escolas. Acesse.

Trilha dos SaberesGestão pedagógica integral – é a dimensão central e objetivo principal da gestão educacional. Essa trilha compartilha práticas e conhecimentos para a promoção da equidade e da diversidade nas equipes, no planejamento e no processo de ensino e aprendizagem de forma integrada com as outras áreas, com dicas, sugestões, além de materiais e referências para aprofundamento do tema. Acesse.

Caminho do Cuidado Gestão estratégica e acolhedora de pessoas – traz conhecimentos e orientações sobre como atrair, selecionar, acompanhar e desenvolver as(os) profissionais da educação com uma abordagem sensível às diferentes partes interessadas. Acesse.

Rota da Realização Gestão administrativa e financeira eficaz – subsídios para que a secretaria possa garantir oferta e permanência das(os) estudantes na escola, estabelecendo rotinas adequadas para viabilização dos objetivos educacionais e recursos da rede de ensino. Acesse.

Estes são documentos orientadores, passíveis de melhorias e ajustes. Ajude-nos a torná-los ainda mais assertivos para o seu trabalho. Compartilhe seu feedback e  comentários, clicando aqui.

Pesquisas do Programa de Fomento à Pesquisa Aplicada têm seus resultados divulgados

Os trabalhos dos seis grupos contemplados serão disseminados ao longo do segundo semestre

Em 2022, o Centro Lemann lançou uma Chamada Aberta para selecionar e apoiar pesquisas que contribuíssem para assegurar a equidade na Educação Básica, contemplando os seguintes temas: ambientes educacionais, governança e normativas, monitoramento e avaliação e pedagogias.

Das 62 inscrições recebidas, foram escolhidos seis projetos – cinco pela chamada e um convidado – de três regiões do País, sendo metade deles do Nordeste. Com essa iniciativa, o Centro Lemann buscou:

  1. Inserir a equidade nas agendas de pesquisa sobre educação no Brasil.
  2. Produzir evidências e soluções que subsidiem a tomada de decisão e a prática cotidiana das lideranças nas escolas e redes de educação.
  3. Produzir pesquisas por meio de trabalho interdisciplinar e colaboração acadêmica entre pesquisadoras(es) do País, equipes de pesquisa e unidades escolares e redes.

O processo contou com o acompanhamento técnico de Tatiane Cosentino, doutora em Educação, professora de Didáticas e Educação das Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e membra do Comitê de Especialistas do Centro Lemann; e Leandro Marino, doutor em Estatística e gerente educacional da Fundação Bradesco.

Conheça os seis projetos:

 

Os trabalhos foram apresentados durante o evento “Diálogos pela Equidade na Educação: contribuições da pesquisa aplicada”, agenda promovida em agosto de 2024 numa parceria entre Centro Lemann, Fundação Lemann e Núcleo de Estudos Raciais do Insper – Neri.

Ao longo do segundo semestre de 2024 compartilharemos um resumo de cada pesquisa com metodologia utilizada na coleta de dados, evidências e resultados obtidos, além de recomendações para apoiar o trabalho em redes e/ou escolas, a fim de garantir que todas(os) tenham acesso a uma educação de qualidade com equidade, sem exceção.

Os resumos de cada pesquisa serão disponibilizados abaixo, conforme forem ficando prontos.

  • Gestão das redes de ensino e clima escolar, desenvolvido pela equipe do Nupede/UFMG  – Acesse aqui!
  • Tipologias das desigualdades educacionais no Rio Grande do Norte, da equipe do Núcleo de Inovação na Gestão Pública e Estado e Políticas Públicas/UFRN – Acesse aqui!
  • Saúde mental e trabalho docente, das(os) pesquisadoras(es) Universidade Federal do Ceará (Campos Sobral/UFC)  – Acesse aqui!
  • Conversas numéricas e equidade, das(os) pesquisadoras(es) da Universidade Federal do Sul da Bahia (Instituto Canoa), Universidade Estadual do Ceará e Universidade Federal do Amazonas Acesse aqui!
  • Ensino Médio de indígenas e quilombolas do Paraná, conduzido por pesquisadoras(es) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) – Acesse aqui!
  • Aprendizados do processo de construção do sistema de monitoramento da Educação Infantil de Sobral (CE), liderado pelo Lepes/USP – Acesse aqui!

 

 

 

 

“Diálogos pela Equidade na Educação: contribuições da pesquisa aplicada” reúne cerca de 300 pessoas em São Paulo

“Todos nós temos o sonho de ver a educação do Brasil em outro patamar, com qualidade e equidade para todas(os)”. Foi com esta frase que Eduardo Marino, gestor de Conhecimento Aplicado do Centro Lemann, abriu o evento “Diálogos pela Equidade na Educação: contribuições da pesquisa aplicada”, na sede do Insper, em São Paulo, no dia 22 de agosto.

A iniciativa, realizada pela Fundação Lemann, em parceria com o Centro Lemann e Neri – Núcleo de Estudos Raciais do Insper, reuniu cerca de 300 pessoas, que lotaram o anfiteatro e duas salas da universidade no bairro do Itaim Bibi, para debater como potencializar a inserção da equidade na agenda da pesquisa aplicada, com foco na Educação Básica.

“Tivemos a divulgação dos dados do Ideb, que mostram as médias para saber onde a aprendizagem evoluiu ou não. Essas médias respondem a alguns tipos de perguntas, mas a outras não, como a da garantia da equidade. Temos essa dificuldade de colocar a equidade no centro. Olhar só para o Ideb não nos dá a visão de como estão as desigualdades”, ressaltou Daniel De Bonis, diretor de conhecimento, dados e pesquisa da Fundação Lemann, em sua fala de abertura.

Para Anna Penido, diretora-executiva do Centro Lemann, a pesquisa aplicada tem papel essencial para a coleta de dados e evidências que desenhem o cenário das desigualdades. “Quando a gente mostra dados com recortes de desigualdades, as(os) prefeitas(os) se assustam, porque nunca foram apresentadas(os) a esse tipo de informação. Precisamos de mais dados que evidenciem as desigualdades, mas também que apresentem soluções para a tomada de decisão. Apoiar a pesquisa aplicada é essencial para que seus resultados possam orientar a tomada de decisão”.

Painéis temáticos e de pesquisas

O primeiro painel temático do evento discutiu os “Desafios para promover equidade na educação por meio da pesquisa aplicada”. Sonya Douglass, professora e pesquisadora do Teachers College, na Universidade de Columbia, chamou a atenção para a importância de um  currículo que não deixe de lado o ensino da história e cultura afro-americana nas escolas: “Estamos lidando com líderes políticos que proíbem livros e o ensino da nossa história. Não podemos deixar que eles determinem as informações que nossos filhos têm acesso. Temos que dialogar para garantir que os representantes que escolhemos lutem pelas causas que nos preocupamos e pelos nossos valores, que inclui o acesso à educação para nossas crianças”.

Michael França, coordenador do Núcleo de Estudos Raciais do Insper – Neri, destacou que “a educação é importante para enfrentar as desigualdades, mas não se pode jogar tudo nela. Com a pesquisa aplicada, podemos ter um entendimento das variáveis que afetam a equidade e desenvolver políticas públicas que respondam a esses desafios com intervenções mais robustas, a partir de projetos pilotos”.

Martin Carnoy, economista e professor da Universidade de Stanford, trouxe dados que afirmam que o gasto por aluno e o investimento na formação de docentes aumentaram na América Latina nas últimas décadas, mas que o Brasil piorou na desigualdade. “Há seis países com um aumento considerável no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes): Brasil, México, Argentina, Chile, Peru e Uruguai. Os investimentos fizeram com que os resultados melhorassem como um todo, porém, no Brasil, observou-se um aumento da desigualdade quando comparamos o desempenho de crianças mais privilegiadas em relação às de baixa renda. Reduzir as desigualdades nas escolas significa moldar os sistemas educacionais. É preciso um esforço coordenado para isso, que só é possível com as condições políticas corretas. Políticas de tributação e investimentos públicos podem apoiar a redução de desigualdades”.

Na segunda parte do evento, o painel “Pesquisas aplicadas em equidade na Educação Básica” distribuiu o público em três salas simultâneas, em que pesquisadores de diferentes instituições do País e do exterior lançaram 18 pesquisas. Cada sala contou com uma(um) mediadora(or) para discutir pesquisa aplicada em torno de três temas: “Gestão de redes municipais de educação e territórios”; “Dados e indicadores educacionais”; e “Gestão pedagógica e ambientes educacionais”.

Entre as pesquisas inéditas apresentadas, destaca-se o estudo “Gestão das redes de ensino e clima escolar: mapeamento das ações e uma proposta de matriz avaliativa sensível à equidade”, desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares da Universidade Federal de Minas Gerais (Nupede/UFMG), uma das seis pesquisas que foram fomentadas pelo Centro Lemann.

O trabalho concluiu que 45,7% das secretarias estaduais e municipais de educação avaliadas no País estão “parcialmente estruturadas” para gerir o clima e a convivência no ambiente escolar, e possuem algumas iniciativas voltadas para questões como violência, bullying e racismo, mas ainda não estão no nível máximo (“muito estruturado”) – patamar atingido por apenas oito redes (4,1%). 17,3% delas (34 secretarias), estão em um grupo intermediário, classificado como “estruturado”. O trabalho avaliou 196 secretarias de educação nas cinco regiões do Brasil.

Tarde com especialistas de diferentes áreas do conhecimento

Após o almoço, no painel “Pesquisa, educação integral e desigualdades”, o economista Ricardo Paes de Barros, do Insper, trouxe uma importante provocação sobre educação integral e desigualdades: “A educação integral reduz a desigualdade, aumenta a escolaridade e garante maior melhora no desempenho para a(o) estudante que sabe menos. Se estamos preocupados com a desigualdade, melhor começar debaixo para cima, com as escolas que têm pior desempenho e partir, depois, para aquelas com melhor desempenho”, indicando onde a pesquisa aplicada pode ser mais eficaz.

Roberta Biondi, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social da FEA-RP/USP – Lepes, concordou com Paes de Barros: “É preciso pensar em uma política estruturada e são as pesquisas que vão embasar as políticas públicas. Talvez o Ceará tenha reduzido a desigualdade por ter começado com as escolas que tinham maior desigualdade”.

“Parcerias para fomentar pesquisa aplicada e promover equidade: cenário e oportunidades” foi o tema do quarto painel do dia, em que Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica no MEC, defendeu que o Brasil precisa medir o combate à desigualdade. “Nossa grande chaga é que nos organizamos enquanto país como uma sociedade racista. É preciso criar um indicador de equidade, que faça as escolas terem um avanço nos próximos anos”.

Para Iara Rolnik, diretora de programas no Instituto Ibirapitanga, “a maioria das lideranças de pesquisa para a equidade racial são brancas. A filantropia precisa centralizar o apoio institucional nos grupos de pesquisa para equidade racial. Esse é o primeiro tema a sofrer com as marés de retrocessos”.

O último diálogo do evento trouxe o tema “Dados e indicadores para promover equidade”. José Francisco Soares, professor emérito da UFMG, afirmou que raça e gênero não são suficientes no Brasil para um retrato das escolas, por isso, é necessário incluir o viés socioeconômico e, também, reforçou: “Se não há aprendizado, não há direito. É preciso colocar a desigualdade no indicador e no centro do debate. Os mesmos números que geram o Ideb como estão hoje, podem gerar outros dados”.

Guilherme Lichand, de Stanford, ressaltou que pesquisas censitárias nacionais podem ter um avanço rápido e efetivo ao reconhecer melhor seus estudantes e se aproximar do chão da escola. De acordo com o pesquisador, isso se dá devido à coleta de grandes dados, como o Censo Escolar, serem feitas a partir de heteroidentificação, com pouca consulta ao aluno em relação à sua raça ou possibilidade de apresentar deficiência ou transtorno educacional. 

Para saber mais sobre painéis e especialistas do evento, clique aqui.

Assista ao evento, na íntegra, clicando aqui.

Instituições de seis países realizam imersão em Sobral para formar coalizões pela alfabetização na América Latina

Centro Lemann coordena a  “Jornada de Implementação”, primeira etapa do processo da iniciativa para alcançar a alfabetização de todas as crianças latino-americanas

De 11 a 15 de agosto, 40 lideranças de 26 organizações da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru se reuniram em Sobral(CE) para participar de uma imersão e conhecer a experiência da rede de educação do município, iniciando um processo de colaboração regional.

A atividade integra uma ampla iniciativa liderada pelo Instituto Natura com apoio da Fundação Lemann, Fundação Coppel, Centro Lemann e Argentinos por la Educación,  e se concretiza por meio da articulação de duas jornadas que se complementam: 

  • Jornada de incidência política, para impulsionar mudanças nas políticas educacionais e campanhas para criar massa crítica sobre o tema;
  • e a Jornada da implementação, para apoiar a evolução das coalizões nacionais entre organizações financiadoras e implementadoras de programas de alfabetização junto ao poder público.

A Jornada da Implementação, cuja coordenação está sob responsabilidade do Centro Lemann, pretende promover colaboração e troca de conhecimentos, experiências e soluções entre instituições dos países participantes, de maneira a fortalecer a sua atuação no nível nacional ou subnacional.

A imersão em Sobral teve como objetivo iniciar essa trajetória e engajar as lideranças, promovendo oportunidades de trocas transnacionais que ampliem a capacidade das coalizões de desenvolver e implementar estratégias efetivas para alcançar a alfabetização plena e na idade adequada de todas as crianças latino-americanas, além de inspirar as lideranças com a revolução educacional pela qual passou o município.

Programação e participantes

Durante os quatro dias de imersão, as(os) participantes conheceram a política educacional sobralense. Nas escolas de Ensino Fundamental e de Educação Infantil, conversaram com as gestoras(es) escolares, estudantes e professoras(es) para se aprofundar nas estratégias da rede de ensino, que fortaleceram a educação pública da cidade, referência no Brasil e no mundo.

Em outros momentos da agenda, puderam dialogar com lideranças políticas locais, participar de rodas de conversa para discutir o papel do terceiro setor nos avanços da alfabetização em nosso continente e dar suas contribuições para o desenho coletivo do Compromisso.

Também foram criados espaços para fortalecer vínculos e trocas entre lideranças e países e condições para que as interações continuem remotamente, culminando na estruturação do Compromisso, quando todas as instituições se juntarão às organizações participantes da Jornada de Incidência Política.

Nesta etapa de imersão em Sobral, além do Centro Lemann, as seguintes instituições estiveram representadas e trabalharão juntas para cumprir os propósitos da Jornada de Implementação: Argentinos por la Educación, Associação Bem Comum, Ciae Universidad de Chile, CIIPME (CONICET – Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas), Enseña Perú, Faro Social y Educativo, Fundação Lemann, Fundación Compartamos, Fundación Coppel, Fundación Luker, Fundación Perez Companc, Fundación Rassmuss, Fundación Zorro Rojo, Grupo de Empresas y Fundaciones (GDFE),  Instituto y Fundación CMPC, Instituto Natura, Instituto Natura América Hispana, Instituto Natura Argentina, Instituto Natura México, Por un Chile que Lee, Propuesta Dale, PUC Chile, SUMMA, Unesco e Universidad de Chile.